Nesse período de pandemia do novo coronavírus, uma das maneiras mais eficientes de se reduzir os riscos da infeção é manter boas práticas de higiene. Como por exemplo, limpar sempre as mãos. Para isso, além de lavá-las com água e sabão, o álcool em gel 70% é um dos produtos mais eficientes nessa higienização, mas seu uso requer cuidados.
Em entrevista ao Canaltech, a doutora em engenheira química, Luisa Fernanda Rios Pinto, declarou qualquer álcool acima de 54% ou com uma porcentagem superior a essa já é um produto inflamável, o que faz da versão em gel com 70% igualmente combustível, em alguns casos específicos. Luiza é formada pela UNICAMP e tem pós-doutorado no ALGAE R&D Centre da Murdoch University, na Austrália.
“É possível que pegue fogo o lugar onde o álcool em gel foi passado, caso ainda não tenha secado. O problema é a chama quase transparente, o que faz com que não perceba que está acesa”, alerta a doutora em engenharia química sobre o fogo.

Sobre essa chama menos chamativa, a pesquisadora e engenheira química esclarece: “A diferença entre o álcool líquido e em gel é que o em líquido vai produzir uma chama mais forte. A mesma, evaporar mais rápido“. O processo é o inverso na versão gelatinosa, ou seja, a chama é mais fraca, porém mais duradoura. Ambos os casos trazem risco para quem manuseia.
Tipos de queimaduras provocadas pelo Álcool em gel
As queimaduras de primeiro grau envolvem danos apenas à epiderme. Elas não mostram feridas abertas ou bolhas, curam sem cicatrizes e não requerem tratamento cirúrgico.
As queimaduras de segundo grau, em grau superficial, geralmente se recuperam com o cuidado local em 10 a 14 dias. Lesões desse tipo apresentam bolhas e são dolorosas devido à exposição das terminações nervosas na derme. Em grau profundo, as lesões apresentam uma fase inflamatória de cicatrização prolongada, podendo resultar em comprometimento funcional.
As queimaduras de terceiro grau envolvem toda a espessura da epiderme, derme e tecido subcutâneo. Além disso, as feridas não podem ser restauradas devido à perda total de anexos epidérmicos e derme.
Por fim, as queimaduras de quarto grau envolvem estruturas como músculos, tendões e ossos. Sendo essas, lesões graves que requerem reconstruções elaboradas e, ocasionalmente, amputações.
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